terça-feira, 3 de junho de 2008

Novos Portais

A visão da nebulosa


Abrir as portas da percepção é como abrir em si mesmo algo que sempre existiu, mas nunca foi visto por ninguém. Algo que sempre observou calado, em algum local esquecido, que nunca se refletiu em nada, que não podia ser tocado, mas que esperava.

Algo que esperava no fundo, sempre sabendo de tudo. Sabendo daquilo tudo que achávamos que sabíamos, mas estávamos enganados. Aquele local no mais íntimo dos templos, observando a estátua que fizemos do que não somos. A energia secreta que habita a tudo que tocamos, percebemos, ignoramos. O olhar real no irreal, naquilo que julgamos conhecer, mas que olhamos com os olhos errados, no momento errado, mas não nos seguirá na eternidade que nos espera.

O observador silencioso que não somos capazes de ver. Aquele que observa, mas está distante de ser observado. Aquele que se manifesta nos estados da loucura a qual nos entregamos, mas nunca aceitamos. Lá no fundo, numa câmara sagrada, espera para surgir, mostrar quem é, apossar-se daquilo que é seu por direito. Aquele que é, que está, que estará para sempre.

Não existe tempo, momento, local. O indefinido é seu nome. A verdade que nos espera a cada instante. Quando o espelho se quebra, quando olhamos o reflexo verdadeiro. Quando nada mais é capaz de esconder. Aí surgimos plenos e totais, complexos e completos. Simples, mais do que simples, quem sempre fomos, mas impediram a manifestação.

Ninguém mais é capaz de impedir o que sempre soubemos, mas que escondemos. Todas as múltiplas e filamentadas manifestações de traços próprios criando composições, movimentos, ciclos, realidades próprias e só tangíveis por um novo estado de consciência. Um novo ser, uma nova persona.

O personagem pleno. Senhor de si e em contato consigo mesmo.

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